Nínive, a cidade da rebeldia eterna

                                         NÍNIVE

                                   

                                

    Capital do império da Assíria. Os hebreus compunham toda a população que rodeava a cidade e ocupavam o distrito na confluência do Tigre, e o Alto Zabe, sob a denominação de Nínive, a grande cidade, Gn 10. 11,12; Jn 1.2; 3.3;. Nínive, na acepção mais mais restrita, achava-se situada na margem oriental do rio Tigre, na foz do pequeno tributário, hoje conhecido pelo nome de Khosr, 50 quilômetros acima de confluência do Zabe.
    Foi construída por gente de origem babilônica, Gn 10. 11. Tinha como divindade tutelar a deusa Ishtar, onde desde tempos remotos possuía um templo. Este santuário prendeu a atenção de Sansiramã no ano 1800 A. C., e tendo caído em decadência, foi reconstruído com grande esplendor, por Asurubali no ano 1400 A. C. Assur, situada a 111 quilômetros ao sul de Nínive, na margem fronteira do rio, havia servido de sede do governo, mas Salmanasar construiu um palácio em Nínive pelo ano 1300 A. C. e fez dela a capital do império.
    Assurnasirpal e o seu sucessor  Salmanasar cujos dois reinados se estendiam desde 885 a 825, possuíam palácios tanto em Nínive como em Calá, onde residiam alternadamente. Seus sucessores habitavam em Nínive, tomada no sentido mais lato, mas nem sempre era na capital propriamente dita; erigiam palácios nos subúrbios, como em Calá, em Dur-sarruquim ou em Tarbisu. Os assírios eram grandes guerreiros e levavam para a capital os despojos das nações vencidas para lhes servir de adorno. Também era centro de alguma atividade literária . Pelo ano 650, A. C. Assurbanipal instalou uma grande biblioteca (A primeira!), formada de documentos inscritos em ladrilhos, registando fatos da história, formas do ritual, tratados de encantamento, de astronomia de matemáticas, etc.     Compunha-se a biblioteca de obras antigas que haviam trazido de Babilônia.

                                             Resultado de imagem para Profeta Naum             
O profeta Naum chama a esta cidade, a cidade de sangue, 3. 1, não só por causa das guerras que havia tido com as nações vizinhas durante alguns séculos, como também pelas crueldades praticadas com os povos vencidos. Asurnasirpal, por exemplo, estava acostumado, depois da vitória a cortar as mãos e os pés, os narizes e as orelhas, a tirar os olhos aos nativos e a fazer pirâmides com as cabeças humanas, além de serem mestres na arte de "empalar".
Em 625, quando começou a declinar o poder dos assírios, Nabopolassar, governador de Babilônia, declarou-se independente. Pelo ano 606 A. C, os  Umman-manda,  povos ferozes que habitavam as terras do extremo setentrional, aliados a Nabopolassar, desceram às planícies e por si mesmos tomaram e destruíram Nínive (Início do 2º Império Babilonico/Caldeu), ironicamente fora descrita, a sua destruição, como um banho de sangue.
Rei Assurbanipal
    Esta vitória teve como bom auxiliar a cheia repentina do Tigre, que destruiu grande parte do muro da cidade, tornando impossível a sua defesa. Foi tão completa a sua desolação, que nos tempos clássicos a extinta Nínive se tornou um mito.  Até hoje a maior parte da cidade jaz sepultada sob montões de escombros. Rich, cidadão inglês, residente em Bagdade, inspecionou um dos montões chamado Kouyunjik, na margem oriental do Tigre, em 1820, e se convenceu de que ali existiam as ruínas de Nínive. Em 1843, o cônsul francês residente em Mossul, na margem ocidental, começou a fazer ali escavações. Mas foi distraído para Khorsabad, distante uns 19 quilômetros de Dur-sarruquim. Entre 1845 e 1850, Layard começou a operar em Nimrud, a 33 quilômetros ao sul de kouyunjik; depois fez escavações neste último lugar, certificando-se de  ser realmente este o lugar da antiga cidade. George Smith continuou as escavações neste mesmo lugar, desde 1873 a 1876. Depois de sua morte, o trabalho continuou, estendendo-o a outros montões o arqueólogo Rassam. Conseguiram estes exploradores traçar a linha dos muros que acusaram uma extensão de 5.556 metros por 2.778 de largura, com a área de 1.800 geiras inglesas. Como já dissemos, os hebreus e talvez outros estrangeiros, davam o nome de Nínive ao conjunto das cidades além da capital, tais como: Calá, a 33 quilômetros de distância para o sul, Resém entre Calá e Nínive e Reobote-Ir, grandes subúrbios da cidade, que talvez se possa identificar com Rebite Nina, situada a nordeste de Nínive, como subúrbio desta  cidade. Estes são os quatros lugares enumerados em Gn 10. 11, 12, de que se compunha a grande metrópole. Não eram as únicas cidades que bordavam as redondezas de Nínive. Iarinja, na margem do rio, ao sul, assinala um antigo lugar, e perto do Tigre, a seis quilômetros acima, estava Tarbisu, com um palácio real, onde começava a linha das habitações e das cidades muradas que se estendiam ao longo do rio em direção ao sul até cale ou Calá.


                        

    Para trás do rio, a nordeste de Nínive, e além de Rebite Nina, ao sopé das montanhas orientais, estava Dur-sarruquim, ou o burgo de Sargom, cidade tão grande como Calá, construída 707 anos antes de Cristo, contendo um grande palácio. A 12 quilômetros a sudeste, e também nas raízes das montanhas, estava outra cidade, pouco inferior em tamanho, a Calá. Ignora-se qual haja sido o seu nome primitivo, mas estava situada perto  de Baaseiá, e pertencia à série de cidades  que se estendiam até Calá. Birtelé, a 11 quilômetros ao sul, assinala o local de uma antiga cidade, e Querenlis, a 3 e meio mais para diante, parece indicar a mesma cousa. Ingurbel, com os seus palácios e com o templo que Asurnasipal adornou, estava a 11 quilômetros ao sul deste último lugare a 16 quilômetros de Calá. Outras cidades e aldeias semeadas pela planície, compreendidas nos limites já descritos, assinalam a existência de antigas povoações.
 Diodoro Sículo, escritor do primeiro século, antes de Cristo, da conta de uma antiga tradição, dizendo que a cidade de Nínive formava um quadrângulo de 150 estádios por 90, ou  480 em circuito, cerca de 60 milhas. alguns anos depois, Estrabão dizia que a cidade era maior que a Babilônia.

*A Biblioteca em Nínive

Resultado de imagem para biblioteca em ninivePor volta do meio do século 19 a cidade antiga de Nínive foi descoberta pelo arqueólogo britânico Henry Layard. Nínive (a Calah de Gênesis) foi fundada por Ninrode. Descobrir as ruínas desta cidade já foi por si só significante, mas, o mais importante foi o fato de que no palácio de Assurbanipal o qual foi descoberto e tinha a mais importante biblioteca pertencente a este monarca. Esta foi a biblioteca mais famosa no inteiro Oriente. Desta biblioteca foram recuperadas 22.000 tábuas de escrita cuneiforme e mais tarde encontraram o seu caminho para o Museu Britânico.
Foi por volta do mesmo tempo que foi descoberto o castelo de Sargão e nas ruínas encontraram-se muitos registos de valor pertencentes á conquista da Assíria das dez tribos de Israel. As tábuas na antiga biblioteca em Nínive, junto com as descobertas do castelo de Sargão, escavadas por M. Botta, ajudaram muitos arqueólogos e sem dúvida marcaram o nascimento de uma nova ciência —Assiriologia. 
As tábuas encontradas pelos arqueólogos ajudaram a compreender melhor o que de outra forma só se sabia pelas narrativas bíblicas. Como está registado sobre a Mesopotâmia e mais tarde Canaã, a Terra Prometida, são de fato relatos históricos verídicos. Em 2 Reis 17:24 lemos: “Depois o rei da Assíria trouxe gente de Babilônia, de Cuta, de Ava, de Hamate e de Sefarvaim, e a fez habitar nas cidades de Samária em lugar dos filhos de Israel; e eles tomaram Samária em herança, e habitaram nas suas cidades.” Estes vieram a ser referidos como os “novos samaritanos”.
A Bíblia relata sobre esta erradicação das dez tribos de Samaria, e a substituição dos estrangeiros nessa terra, é abundantemente confirmada pelas tábuas encontradas nas ruínas do Castelo de Sargão, e na grande biblioteca de Nínive. O reino das dez tribos de Israel tornou-se as “tribos perdidas” de Israel e tem sido assimilada através das gerações pelas pessoas na terra do cativeiro.
Assim quando lemos na Bíblia que Ninrode constrói uma cidade ou sobre Jonas ir para Nínive, ou sobre a conquista da Assíria pelo reino das dez tribos de Israel, não estamos lendo contos de fadas, mas relatos históricos confirmados—registos de como as pessoas escolhidas por Jeová se tornaram parte da história. Como isto deve fortalecer a nossa fé na Bíblia, e tornar-nos mais determinados a servir com fé o Deus da Bíblia—o grande Jeová de Israel, o nosso Pai Celestial!
Por ironia ou não, as aprox. 22.000 tábuas em argila cozeram quando os babilónicos colocaram fogo na biblioteca, desta forma conservando-as muito mais! Foi então destruído a biblioteca em 612 a.C.

                                           Resultado de imagem para biblioteca em ninive
                                      
*Edição dia 5/11/2015

Comentários

  1. Obrigada pela informatividade deste artigo. A mim me foi muito proveitosa essa matéria.

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    1. Obgada, estava a procura profunda da historia dessa cidade, me aprofundei no conhecimento.

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  2. Muito bom, mais parece imcompleta.

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    1. Concordo, em termos biblicos sim. Mas dou prioridade ao conteudo da histórico quando falo de cidades

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  3. Muito bom , gostei muito me ajudou a conhecer mais essa história...

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  4. Muito bom , gostei muito me ajudou a conhecer mais essa história...

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  5. Muito bom,me fez compreender melhor a história sobre esta cidade

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  6. Sem contar que o anti Cristo se levantará deste lugar... fiquem de olho!

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    1. A Bíblia nos fala onde é o berço do Anticristo (Ninive, atual Iraque) e onde é o trono de Satanás (Pergamo, atual Turquia). Estejamos atentos irmãos, está ficando tudo muito claro, estudem os livros proféticos.

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    2. Interessante. Os textos pragmaticamente históricos devem ser despidos de louvores religiosos. Faltam dados sobre a história da cultura como por exemplo: textos históricos, dados sobre a sua literatura: poesia, historiografia, lendas, etc. Mas, dada a imensa destruição do seu património e raízes o texto é bastante generoso. Obrigado! Quinto Barcelos, Mestre em HISTÓRIA PELA Universidade do Porto, Portugal.

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  7. Joel Lima Bueno 22 de dezembro de 2016 sò relembrando que foi a cidade do pavor do profèta Jonas.

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  8. Olá. Obrigado pela história. A ninive mencionada e a cidade de mosul,invadida pelo Estado Islâmico, parcialmente. A guerra na região do Iraque e Síria deve nos fazer lembrar dos ensinamentos de Deus ao longo dá história.

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  9. Para ser perfeitamente acadêmico e confiável em termos científicos, é necessário incluir uma bibliografia. A matéria está muito boa. Obrigada

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    1. Muito obrigado pelo elogio, mas nao tenho nem o ensino completo. Sou um amante de historia e da biblia, mas academicamente fico aquém...

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  10. Muito obrigado pela ajuda eu aprendi muito com este documentário sobre a grande cidade de ninive.

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    1. Este documentário foi de suma importância para o meu estudo.

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    2. Só lembrando que foi em Nínive que o profeta Jonas permaneceu três dias no ventre de um peixe, numa analogia a Jesus Cristo que permaneceu três dias no seio da terra antes da Ressurreição!

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  11. Obrigado pela ajuda muito esclarecedor.

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  12. Berço do Anticristo, se ele já está caminhando entre os homens, ainda não sabemos.

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  13. Bom dia otimo documentário grato!

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  14. Essa é apenas uma das profecias que se cumpriram ;SAFONIAS 2:15,fala que por ser uma cidade orgulhosa ,se considerava melhor que as outras Jeová Deus iria acabar com ela,SAFONIAS 2:13 diz que se tornaria uma cidade desolada. É a prova de que Deus cumpre tudo o que ele promete

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  15. Excelente. Parabéns pelo artigo.

    Já fico imaginando o que teremos pela frente no decorrer da sua jornada acadêmica.

    Você está de parabéns. Principalmente pela iniciativa gratuita de contribuir para o enriquecimento de conhecimentos daqueles que o querem e buscam.

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  16. Estava lendo o livro de Naum e fui "invadida" pela curiosidade acerca de Nínive. Amei o seu texto que muito me esclareceu. Obrigada por compartilhar esse precioso conhecimento.

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  17. glórias a Jesus por ter te inspirado á escrever sobre esse assunto.

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  18. O nome do profeta era Naokhem e não naum, os Assírios derrotaram Yaoshorul ( 10 tribos do norte) = conhecido como índios, e os mandaram paras terras não habitadas as Américas, o nome do Criador Eterno é YAOHUH ULHÍM, e nunca jeová, a letra J foi inventada na frança por volta de 1500, o nome is ra el é junção de 3 ídolos pagãos Isis, amon ra e el de baal, esse nome foi inventado por judeus da ONU, o povo do Criador Eterno são Hebreus e não judeus e são os pretos e os índios das Américas,

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    1. Acho que esse cara assistiu muito vídeos no youtube sobre conspiração e entrou aqui pra falar asneira. O bom da internet que tem muito conteúdos ótimos pra aprender o ruim que têm muita bobagem na net aí vem um camarada desse falar que Israel é nome pagão e judeus se juntaram com a ONU blá blá blá...

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  19. Entender a bíblia através de fatos e fonte confiáveil é um presente de Deus, nos remete ao local da história.

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