Mispa, cidade da claridade e juramentos / Lar de Profetas
Uma região habitada pelos heveus e situada ao sopé do monte Hermom era conhecida como “terra de Mispá”. (Js 11:3) Pelo menos parte desta região, se não toda ela, talvez também fosse chamada de “o vale plano de Mispé”. (Js 11:8) A “terra de Mispá” era possivelmente a região em torno de Bânias (Cesareia de Filipe), ao S do monte Hermom ou a planície ao L do monte Hermom, ao longo do uádi et-Teim.
Cidade no território de Benjamim. Embora alguns sugiram uma possível identificação com Nebi Samwil (c. 8 km ao NO de Jerusalém), a maioria prefere Tell en-Nasbeh (c. 12 km ao N de Jerusalém) como o lugar antigo. A interpretação de certos achados arqueológicos parece dar preferência a Tell en-Nasbeh. Por exemplo, encontraram-se asas de jarro, com uma inscrição que alguns peritos acham ser as três letras hebraicas para m-s-p, possivelmente uma forma abreviada de Mispá.

Foi em Mispá que todos os homens combatentes de Israel se reuniram e decidiram agir contra os envolvidos num crime sexual em massa cometido em Gibeá, de Benjamim. Quando os benjamitas se recusaram a entregar os homens culpados daquela cidade, irrompeu uma guerra civil em plena escala. Por fim, a tribo de Benjamim foi quase que aniquilada; escaparam disso apenas 600 varões vigorosos. (Jz 20:1-48) Anteriormente, em Mispá, os israelitas haviam jurado que não dariam suas filhas em casamento a benjamitas. (Jz 21:1) Depois da batalha, portanto, tinham de se tomar medidas para preservar a tribo de Benjamim. Uma delas era dar aos benjamitas 400 virgens de Jabes-Gileade. O restante da população desta cidade havia sido destruído, porque nenhum dos seus habitantes fora a Mispá para apoiar a luta contra Benjamim.
Num período posterior, o profeta Samuel congregou todo o Israel e orou por eles. Nesta ocasião, os israelitas jejuaram e confessaram seus pecados. Quando os filisteus ficaram sabendo desta reunião em Mispá, aproveitaram-se da situação para um ataque. Mas, Jeová lançou os inimigos dos israelitas em confusão, habilitando estes a subjugá-los. Pelo que parece, foi para comemorar esta vitória dada por Deus que Samuel erigiu uma pedra entre Mispá e Jesana, chamando-a de Ebenezer (que significa “Pedra de Ajuda”). Depois disso, Samuel continuou a julgar Israel, e, ao fazê-lo, percorria um circuito anual de Betel, Gilgal e Mispá. Mais tarde, em 1117 AC, outra assembleia realizada em Mispá presenciou a apresentação de Saul, como primeiro rei de Israel, feita por Samuel.
No décimo século AC, Mispá foi reedificada pelo Rei Asa, de Judá, com material de Ramá, a cidade que o rei Baasa, de Israel, fora obrigado a abandonar. (1Rs 15:20-22;2Cr 16:4-6)
Uns três séculos mais tarde, em 607 AC, o vitorioso rei babilónico, Nabucodonosor, designou Gedalias para ser governador dos judeus que permaneciam na terra de Judá. Gedalias administrava da sede em Mispá. O profeta Jeremias passou a morar ali. Também, os sobreviventes chefes de exército e outros judeus que haviam sido espalhados chegaram a Mispá. O governador Gedalias, embora avisado de antemão, não foi cauteloso e foi assassinado em Mispá. Também foram chacinados os caldeus e os judeus que estavam com ele. Após isso, 70 homens visitantes também foram mortos. O bando de assassinos, chefiados por Ismael, filho de Netanias, levou cativo o povo restante. Alcançados por Joanã, filho de Careá, Ismael escapou com oito homens, mas os cativos foram resgatados e mais tarde levados ao Egito.
Depois do exílio babilónico, homens de Mispá, e os príncipes Salune e Ezer, participaram em reparar a muralha de Jerusalém Ne 3:7, 15, 19.
Mispa, também é mencionada em Gênesis 31:49, como o montão de pedras onde Jacó e Labão fizeram um pacto de não perseguição. Com o significado de "Torre de Vigia", este nome de que se deu a um monte de pedras levantando ao norte de Jaboque, no vers. 47 de Gênesis é chamada de Galeede, ou montão do testemunho, entre ambas as partes de modo que cumpriram o prometido.

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