Ana, quando o clamor inaudível chega aos ouvidos de Deus
Quem foi?

Seu dilema de vida começa desde o dia em que nasceu, pois Ana infelizmente era estéril (I Sm 1:5), sua madre fora "cerrada" pelo Senhor (sobre isso deixo uma explicação no fim*).
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Siló (Shiloh) |

No Velho Testamento, no mundo antigo, mulher aprazível e virtuosa era aquela que podia gerar filhos. As que não pudessem dar filhos a seus maridos, eram publicamente desprezadas. Repudiadas. Algumas, inclusive, eram forçadas a liberar o divórcio ao marido.
Os homens, no entanto, caso abrissem mão do divórcio, tinham o apoio dos mestres da Lei Mosaica para gerar filhos ao lado de outra mulher (Exemplo pré-mosaico: Abraão e Agar).
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Direita para esquerda: Abraão, Agar & Ismael e Sara |
Sua vida muda em uma das suas idas anuais à Siló, cidade pólo no tempo de Ofni e Finéias filhos do sumo-sacerdote Eli.
Ana, após mais uma zombaria da sua adversária, entra no templo, triste e chorando muito, sua situação era tão deprimente que aos olhos de Eli, esta estava tomada pelo vinho! Algo que não seria incomum pois vinho era bebida de costume do povo naquela altura.
Seu clamor foi de grande efeito, sem palavras, silenciosa fora sua oração.
Deus responde instantaneamente, o profeta conforta Ana, e finalmente esta come e alegra-se ao fim de anos de sofrimento e regressando ao seu lar Ana deita-se com Elcana e fica grávida de Samuel, entregue ao voto nazireu foi o último dos juízes, julgou toda Israel, ungiu os seus dois primeiros Reis (Saul e David) marcando profundamente a história do seu povo.
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Samuel foi entregue ao Templo após ser desmamado |
* No Antigo Testamento, temos como base familiar os filhos, ora muitos filhos significava muitos guerreiros e trabalhadores, isso dava "status" à família numerosa (Ex: Família David, tinha tantos no exercito e ainda tinham o próprio para cuidar da casa). Quando uma mulher nasce estéril, era como uma maldição, tal parecia que D'us cerrou (fechou, encerrou) o ventre de tal mulher. Era uma forma (força) de expressão e não uma forma de atribuição de causa. Pelo contrário a história revela que Deus precisava de um sacerdote, juiz e profeta e Ana queria um filho, não era minimamente a vontade de Deus que Ana morresse estéril!
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